PROVA DE VINHOS: UMA VIAGEM SENSORIAL.

 Seja um connaisseur experiente ou um simples apreciador do néctar dos deuses, uma prova de vinhos é sempre um momento muito aguardado, ora para pôr à prova as técnicas de degustação aprendidas, ora para descobrir novos tesouros, nesta que é uma verdadeira viagem sensorial.

 Provar um ou mais vinhos é, sem dúvida, uma incursão por três dos nossos cinco sentidos, sendo a apresentação, o aroma e o paladar os factores chaves de uma prova bem-sucedida. Juntas, a apreciação visual, olfactiva e gustativa são a melhor forma de desfrutar, em pleno, de um vinho desconhecido. 

 

Apreciação visual

O exame visual de um vinho começa, de preferência, com um copo não muito cheio, o ideal será um terço, para facilitar os movimentos que se seguem (sem entornar, diga-se de passagem!). A observação atenta de um copo de vinho permite avaliar, principalmente, a limpidez e a cor do líquido em questão. O vinho tinto deve ser analisado com bastante luz e, de preferência, contra um fundo liso. Segure o copo pela base ou haste, inclinando-o para a frente num ângulo de 45 graus e aprecie as diferentes tonalidades apresentadas, a existência ou não de bolhas ou outras substâncias, a sua espessura ou clareza. No caso do vinho branco, basta segurar o copo ao nível dos olhos para determinar esta primeira impressão.

 

Apreciação olfactiva

Antes de passar ao exame olfactivo, ponha o seu vinho em movimento… ou seja, agite o copo suavemente com gestos circulares. Porquê? Esta leve agitação é o suficiente para activar cada um dos componentes aromáticos do vinho para que possa apreciar o bouquet no seu todo. Uma vez arejado, incline o copo a 45 graus na direcção do rosto (que também deve estar ligeiramente inclinado para a frente) e introduza o nariz apenas na parte inferior da abertura do copo. Inale devagar durante 3 ou 4 segundos (da mesma forma que cheira uma flor) e aprecie – pode ser frutado, doce, forte, amargo, entre muitas outras coisas. Saiba ainda que o aroma pode ser completamente diferente entre o primeiro e o quarto segundo, por isso, repita este processo duas ou três vezes para que não lhe escape nada! No entanto, há quem defenda que uma boa inalação será mais esclarecedora do que duas ou três inspirações curtas – experimente ambas as técnicas para ter a certeza daquela que mais aprecia.

 

Apreciação gustativa

Apesar de ser a fase mais aguardada de uma prova de vinhos, também é considerada, por muitos, a mais difícil! Beba um gole de vinho, o suficiente para poder espalhar facilmente na boca, ou seja, não demais, senão o primeiro instinto será engolir imediatamente. A nossa língua está recheada de papilas gustativas – na ponta estão os sensores da doçura, um pouco mais atrás estão os receptores da salinidade, o nível de acidez é sentido dos lados da língua e o amargor na zona posterior – daí a importância de movimentar o vinho de um lado da boca para o outro. Durante este processo, os mais experientes procuram ainda arejar o vinho, ou seja, com os lábios um pouco entreabertos inspiram, de forma suave, um pouco de ar. Com a prática (e de preferência com água e sobre o lava louças!) chegará rapidamente lá! Depois de fechados os lábios, expire pelo nariz, para terminar da melhor forma possível esta viagem vinícola sensorial. Com o palato satisfeito, pode engolir o vinho (aconselhado se estiver acompanhando ou num restaurante) ou cuspi-lo educadamente nos recipientes apropriados para o efeito e disponíveis nos locais das provas. Resta saborear o travo que o vinho deixou na boca. Só assim conseguirá apreciar a qualidade, intensidade, equilíbrio e persistência de um vinho, só assim saberá se gosta ou não.

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